Meus pitacos na TV Digital
Dia 02 de dezembro está aí. E a TV digital estréia no Brasil.
Se você está esperando um post cheio de críticas à "TV que vai estrear para ninguém", esqueça.
TV Digital é tecnologia nova. Como toda tecnologia nova, seu início será marcado por altos preços e poucos usuários. Early adopters já podem comprar seus set-top boxes e seus televisores ful-HD. Pagam, em média, 800 reais pelos primeiros e 7 mil reais pelos segundos. É o preço de ser "early".
Por um lado, foi uma grande mancada do governo prometer algo (preço) que não poderia cumprir. Todos os fabricantes sabem que set-top box a 200 reais, ainda neste ano, é impossível. Boa parte deles me disse isso pessoalmente. O PT, na ânsia de ser popular com algo que, naturalmente, não é popular, cometeu essa gafe - muito mais ideológica do que tecnológica.
Por outro lado, acho louvável que o Brasil tenha gasto algum tempo discutindo padrões (acabou optando pelo japonês) e - inacreditavelmente - conseguido algum benefício em desenvolvimento tecnológico feito em conjunto com universidades (SP, RJ e PB).
Os velhacos do Observatório da Imprensa, um ou outro diretor da rede Globo e os ideólogos de plantão chamam a estréia da TV digital de "festa sem convidados". Claro... quanta credibilidade. Jornalistas que ainda teclam em máquinas de escrever, "Boninhos" que querem retorno imediato de um investimento ESSENCIALMENTE DE LONGO PRAZO e, não duvido, até o MST estão falando essas asneiras. Não notaram que tecnologia, repito, chega aos poucos.
Ainda falta, sim, definir questões essenciais, como a possibilidade ou não de gravação e regravação de conteúdo da TV aberta. Convenhamos, deixar isso de lado, em tempos de YouTube, não é das coisas mais sábias. É melhor que se faça isso enquanto a tecnologia não se populariza, certo?
Acredito sinceramente que o Brasil pode ter posição de liderança na adoção de TV Digital entre os 'países emergentes'. Somos os primeiros da América Latina a implantar o sistema. O padrão adotado oferece muitas possibilidades de mobilidade, alta-definição, interatividade e expansão de canais. Basta que, com o tempo, esse potencial seja utilizado.