quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Situação de Natal (Ou: Um Diálogo Pouco Provável)*

Na noite do dia 24 de dezembro, a poucas horas do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, algo inusitado aconteceu. Por uma armação do destino, meu telefone celular foi ao chão, escorregou no asfalto e caiu dentro de um enorme bueiro da rua.

Na hora pensei: "Já era, deixa pra lá, é Natal e eu não vou me estressar por causa de um celular".

Achei sinceramente que não o recuperaria. O som de água corrente dentro do bueiro me dava essa certeza.

Em todo caso, resolvi ligar para meu número, esperando que as Targarugas Ninjas atendessem e fizessem a caridade de devolver o aparelho, estivesse ele como estivesse.

Eu ligo:

- Tuuuuu, tuuuuu, tuuuuu, tuuuuu...

- Alô? - diz uma voz fina.

- Olá, boa noite, feliz Natal. Quem fala?

- Com quem você quer falar?

- Tanto faz... olha, aqui quem fala é o dono desse telefone celular, gostaria que me devolvesse o aparelho, por gentileza.

- Você é um ser humano? - pergunta a voz impertinente.

- Sim, sou. E você? É uma Tartaruga Ninja?

- Não, sou uma barata do esgoto, é claro - diz o inseto, com um leve tom de acusação.

- Entendo - respondo eu. - A senhora poderia, por gentileza, jogar meu telefone celular aqui pra cima? - peço, com toda a educação que merece o artrópode.

- Hum... talvez... o que eu ganho com isso? -

"Chantagista sem vergonha", penso, mas guardo a reflexão para mim.

- Bem, senhora barata, não sei o que mais poderia lhe dar. Nós, humanos, já lhe presenteamos todos os dias com nosso precioso esgoto. Somos nós a fonte de sua existência.

- Ora, se não tem nada para me dar, então vou ficar com o celular para mim - ameaça a maldita.

Eu ainda tento argumentar:

- Mas, senhora barata, celulares fazem mal à saúde. A radiação irá lhe causar câncer de cérebro e você morrerá uma morte muito indigna.

- Humano ignorante - diz o serzinho - Não sabe que nós, as baratas, somos as únicas criaturas que podem sobreviver a um hecatombe nuclar? Acha mesmo que a radiaçãozinha de um telefone celular vai me matar? Há!

- Ok, ok, eu sei disso, mas... por favor, compreenda, é Natal. Eu preciso desse telefone para ligar para meus parentes e amigos.

- Isso é problema seu - emenda a barata, e vai embora.

Naquela noite de Natal, fiquei sem celular.

-----

Dois dias depois, meu celular reapareceu, junto com um bilhete escrito a mão. "Senhor humano, vou estar devolvendo seu telefone celular porque não poderia mais estar agüentando as ligações de uma tal de humana TIM. É verdadeiramente um saco estar atendendo a essa pessoa todos os dias"

*Essa história tem alguns elementos de ficção. Não todos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

25 Velinhas

Peço uma gentileza a todos os 54.224.635.151 leitores deste blog: passem lá na Toca da Coruja e dêem os parabéns à proprietária.

Ela merece.

Parabéns, grande amora!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

TV Digital Popular

Entreouvido pelo Rafa, designer, em nosso caminho para o almoço na Al. Lorena.

Uma mulher comentava com alguém:

"Sabe qual é a TV digital de pobre? O pobre vai lá, mete o dedão na tela e pronto! TV digital"

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Bichanos

Da Folha online:

Sul-coreanos clonam gatos que brilham no escuro

Cientistas sul-coreanos criaram gatos clonados que brilham no escuro quando são expostos à luz ultravioleta. Os pesquisadores manipularam um gene que sintetiza uma proteína fluorescente, um procedimento que poderia ajudar no desenvolvimento de tratamentos para doenças genéticas humanas.

A tecnologia tem dessas coisas.

Agora, olhe bem para aquele gato que aparece ao fundo, alaranjado/avermelhado. É ou não é a visão de uma criatura saída diretamente das profundezas dos infernos?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Admito

Comprei algo na Super Casas Bahia.

Um rack.

Até que é bonito.

Já foi até montado.

É na nobilíssima combinação de cores "tabaco" x "branco".

Eu comprei na Super Casas Bahia.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Várias

Sexta-feira foi meu último dia na redação da Exame.

Ajeitando gavetas, arrumando bagunça e reunindo contatos, encontrei minha coleção de cartões de visita.

Revisitar cartões de visita é engraçado. São como pílulas de memória que remetem às centenas de entrevistas que você já fez.

É o executivo de telecomunicações que nunca mais quer ver sua cara, por causa de uma matéria que desagradou.

É a simpática presidente da Starbucks Brasil, Maria Luisa Rodenbeck, que tentou me ensinar a degustar café. Infelizmente, faleceu em um acidente de táxi, algumas semanas depois.

São os "gênios do marketing paulistano", que muito falam de si mesmos.

São os especialistas estrangeiros, das mais variadas áreas. Alguns muito solícitos; outros, surpresos pelo fato de que existe uma revista de negócios no Brasil.

São os assessores de imprensa. Os bons e os ruins.

São as memórias de muito aprendizado.

-----------------------

A mesma sexta-feira foi um dia engraçado nos transportes coletivos. Primeiro, no ônibus.

Dois sujeitos, em pé no corredor, discutindo:

- Cê é mó pilantra, meu. Cê é mó safado. Vou te dar SEIS porradas (ele foi específico no número...).

- Ah, fica na tua, rapá. Pára de me encher.... - respondeu o outro, impaciente.

- É, é f.... Vendê pá pobre é um pobrema - emendou o mais exaltado.

Minha avó dizia: "Quem tem um 'pobrema', tem dois".

A segunda situação de transporte coletivo foi no metrô. Uma menina, sentada à minha frente, ria sozinha.

Ria um pouco e logo em seguida parava. Depois de cinco segundos, ria novamente. Um pouco mais forte. Ria até chorar. E parava.

Na estação seguinte, uma senhora senta ao lado da Srta. Risadinha, que começa a rir, novamente.

A senhora olha feio para ela. Depois olha feio para mim. O que será que eu fiz?

Fiquei morrendo de vontade de perguntar o que era tão engraçado. Mas minha estação chegou logo (ou eu cheguei à estação).

------------------------

Meus muito ingleses pai, mãe e irmã me enviaram uma caixa de chocolates belgas e suiços de presente. Estão contribuindo para o crescimento da minha pança, que agradece, satisfeita.

------------------------

Esta semana marca um recomeço. Novo emprego, novos desafios.

Contragem regressiva para a mudança para o novo apartamento. O único problema é que, por enquanto, ele parece a Casa Muito Engraçada, do Vinicius de Moraes.

Não estou achando muito engraçado, não. As Casas Bahia talvez estejam. Vão faturar.

------------------------

Por fim, meus parabéns à Grande Amora, que terminou seu livroTCCsobrecachorrosfofoseoutrosnãotãofofosassim.